domingo, 4 de abril de 2010

Higiene e Segurança do Trabalho

“Muitos fatores da gestão de pessoas envolvem a discussão da qualidade de vida no trabalho. Os mais conhecidos referem-se à saúde, segurança, lazer e benefícios.” (CASTRO et al, 2002, p. 418)
A higiene do trabalho tem caráter preventivo, promovendo saúde e conforto ao trabalhador, evitando que adoeça e se ausente do trabalho. A segurança no trabalho envolve prevenção de acidentes, de incêndios e de roubos.

A higiene do trabalho está relacionada com as condições ambientais de trabalho que assegurem saúde física e mental das pessoas. Os seus principais itens são: ambiente físico de trabalho (como iluminação, ventilação, temperatura, ruídos), ambiente psicológico (redução do estresse), aplicação de princípios de ergonomia e saúde ocupacional. [...] Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes seja eliminando condições inseguras do ambiente, seja instruindo ou convencendo as pessoas da utilização de práticas preventivas. (CHIAVENATO, 2008, p. 352 e 494, grifo nosso)

Dentre os principais objetivos da higiene do trabalho estão: a eliminação das causas das doenças profissionais; prevenção de doenças e lesões; proporcionar saúde aos funcionários através do controle do ambiente de trabalho. Esses objetivos podem ser obtidos através de: educação, indicando os perigos e ensinando como evitá-los; alerta dos riscos existentes; observações de novos processos ou materiais a serem utilizados. (BAPTISTA apud CHIAVENATO, 2006)
“Os riscos para a saúde são aqueles aspectos do ambiente de trabalho, que vagarosa e cumulativamente (e, em geral, irreversivelmente) levam à deterioração da saúde de um empregado.” (BOUDREAU e MILKOVICH, 2000, p. 481)
“Não são apenas as condições físicas de trabalho que importam [...] As condições sociais e psicológicas também fazem parte do ambiente de trabalho [...]”. (CHIAVENATO, 2006, p. 365)
As causas dos acidentes e das doenças podem estar na função em si, nas condições de trabalho ou no comportamento do empregado. Alguns fatores de risco ligados ao estilo de vida são: o hábito de fumar, excesso de peso, alcoolismo, colesterol elevado, hipertensão, uso incorreto do cinto de segurança e falta de exercícios físicos. (BOUDREAU e MILKOVICH, 2000)
A criação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA é exigida por lei em estabelecimentos que tenham mais de 100 empregados. É constituída por representantes dos empregados e do empregador em igual número. O mandato dos membros é de um ano. A CIPA tem a missão de examinar os acidentes e doenças profissionais, suas causas e efeitos, e indicar a solução adequada. É um meio destinado à proteção do trabalhador, mas é instrumento valioso para a direção da empresa, pois contribuem para manter um alto nível de relações entre empregador e empregados. Cooperando mutuamente, empregado e empregador, buscam maior proteção àqueles que estão expostos a eventuais riscos ou sacrifícios de saúde, muitas vezes irreparáveis. (FERREIRA, 1973)
Cabe à CIPA apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança. (CHIAVENATO, 2006)
Três providências devem ser colocadas em prática quando a empresa decide levar avante uma política de higiene industrial. Primeiro deve envolver os supervisores conscientizando-os de sua responsabilidade no processo, segundo levar as mesmas idéias para aqueles que executam o trabalho diretamente. A terceira providência é colocar em prática as medidas e normas de higiene e segurança. (FERREIRA, 1973)
Para Chiavenato (2006) as pessoas chaves na prevenção de acidentes são os supervisores.

Fonte: CARMO, Luciana Moura da Silva. Qualidade de Vida no Trabalho. Monografia de conclusão do Curso de Administração Geral. Faculdade Anhanguera / JK – Valparaíso /GO, 2009.

Absenteísmo

O absenteísmo ou ausentismo, como também é chamado, designa a ausência dos empregados na organização em determinado período. Não inclui apenas o que não é comprovado, mas faltas justificadas, atrasos e em um índice misto, inclui até ausências amparadas por lei. Para reduzir o absenteísmo devemos atuar sobre suas causas. (CHIAVENATO, 2002)
O absenteísmo junto com a rotatividade, ou turnover, são custos indiretos para a organização e segundo Wagner (1999, p. 125) “a insatisfação é uma das principais razões para o absenteísmo, um problema organizacional muito caro”.
Segundo Couto (1987 apud SILVA, 2009), o absenteísmo é decorrente de um ou mais fatores causais, tais como fatores de trabalho, sociais, culturais, de personalidade e de doenças.
Para Chiavenato (2002) as principais causas do absenteísmo são:

Doença efetivamente comprovada; doença não comprovada; razões diversas de caráter familiar; atrasos involuntários por motivos de força maior; faltas voluntárias por motivos pessoais; dificuldades e problemas financeiros; problemas de transporte; baixa motivação para trabalhar; supervisão precária da chefia; políticas inadequadas da organização. (CHIAVENATO, 2002, p. 191)

Estresse, ambiente pesado e falta de Qualidade de Vida no Trabalho podem causar aumento nas taxas de absenteísmo, de rotatividade e, consequentemente, à redução da produtividade e à perda da competitividade empresarial. (CASTRO et al, 2002)


Fonte: CARMO, Luciana Moura da Silva. Qualidade de Vida no Trabalho. Monografia de conclusão do Curso de Administração Geral. Faculdade Anhanguera / JK – Valparaíso /GO, 2009.

Atividades Laborais e Qualidade de Vida

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, a Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo e sua posição na vida, o que inclui seis domínios: saúde física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambientais e padrão espiritual. (HAG et al, 1991 apud DINIZ, 2006)
A prática regular de atividades físicas representa uma maneira eficiente de promover níveis adequados de saúde física e mental. O próprio sedentarismo, condição nociva ao organismo humano, produz modificações na atividade muscular como: fadiga precoce, encurtamentos adaptativos, diminuição da força e da flexibilidade que desencadeiam uma série de impropriedades no funcionamento de todo o organismo. Falar em qualidade de vida significa adotar medidas educacionais sistemáticas e incentivadoras que caminhem na direção da obtenção plena dos objetivos estabelecidos. Na esfera da saúde do trabalhador há várias denominações da prática de exercícios dentro da jornada laboral, como ginástica laboral, ginástica de pausa compensatória, exercícios de distensionamento, dentre outros. (DELIBERATO, 2002)

Independentemente da denominação utilizada, genericamente os programas de exercícios formam um conjunto de atividades físicas elaboradas a partir da característica da tarefa ocupacional desempenhada pelos trabalhadores, de modo que a proposta básica procura adequar as estruturas mais solicitadas e, em um segundo momento, compensar essas mesmas estruturas com uma atividade de desaquecimento. Ao mesmo tempo, as estruturas pouco utilizadas são requeridas, de modo que promova um funcionamento equilibrado de todo o conjunto. (DELIBERATO, 2002, p. 143)

A prática da ginástica laboral objetiva a melhoria da saúde física do profissional, reduzindo e prevenindo problemas ocupacionais, através de exercícios específicos. Dá-se ênfase às musculaturas que são mais exigidas no dia-a-dia, como por exemplo: as pernas – para quem passa boa parte do expediente em pé; a coluna – para os profissionais que permanecem muito tempo sentados e as mãos – para os que se dedicam à digitação. Não sobrecarregam o funcionário, pois acontecem na própria empresa e têm curta duração. (BISPO, 2008)
Os programas de qualidade de vida não devem incluir apenas a prática regular de exercícios durante o trabalho, a obtenção de resultados mais significativos é conseguida de modo mais eficaz quando esses exercícios são acompanhados por análises ergonômicas, antropométricas, posturais e biomecânicas. (DELIBERATO, 2002)
Os programas de atividades laborais incluem a realização de cinco grupos básicos de exercícios:

a. os exercícios de alongamentos, que promovem o estiramento dos músculos aumentando seu comprimento, o que por sua vez permite que se mantenham melhor preparados para atender às exigências das tarefas ocupacionais;
b. os exercícios de fortalecimento de leve intensidade, que agem aumentando a capacidade do músculo em responder às solicitações do cotidiano, não somente em relação à intensidade de força produzida, mas também na manutenção de atividades por períodos maiores de tempo;
c. os exercícios de relaxamento, considerados importantes porque propiciam um momento de descanso para os músculos mais exigidos em determinada tarefa laboral, além de promoverem a eliminação de substâncias tóxicas;
d. os exercícios respiratórios, que são úteis na melhoria da capacidade respiratória e da coordenação dos músculos envolvidos com a respiração, além de estarem associados ao relaxamento;
e. os exercícios globais, que promovem liberdade de movimento às articulações e melhoram a coordenação motora, o equilíbrio e a flexibilidade.(DELIBERATO, 2002, p. 143 e 144)

É preciso haver um trabalho de conscientização, para que os funcionários tomem conhecimento dos benefícios que as atividades laborais fazem à saúde, tais como: reeducação postural; alívio do estresse; combate ao sedentarismo; estímulo à integração social; melhoria do desempenho profissional e redução da fadiga visual, corporal e mental por meio das pausas para o exercício. Para as empresas também há benefícios, tais como: redução do absenteísmo; aumento da produtividade, integração entre funcionários e melhoria do clima organizacional. (BISPO, 2008)


Fonte: CARMO, Luciana Moura da Silva. Qualidade de Vida no Trabalho. Monografia de conclusão do Curso de Administração Geral. Faculdade Anhanguera / JK – Valparaíso /GO, 2009.