segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Não esqueça a carreira: mantenha o currículo atualizado


Profissional que deixa o currículo desatualizado pode se tornar invisível na empresa onde trabalha. Ou seja, um candidato forte à demissão

Redigir o ofício. Mandar o relatório para o chefe. Atender um cliente em tal hora. No meio dessa lista de serviços, a ordem é não esquecer nada, principalmente a carreira. Preocupados apenas com as suas obrigações, muitos funcionários acabam deixando de lado a trajetória profissional. O resultado pode ser a invisibilidade dentro da empresa. Quando não é mandado embora, esse profissional não participa de projetos inovadores.

O comodismo vem tanto da empresa quanto do funcionário, o que, segundo Rose Mary Barbosa, gerente de operações da Soma Desenvolvimento Humano, é também muito negativo para a corporação. “A estagnação gera profissionais infelizes e sem perspectivas, e instituições pouco inovadoras”, analisa.

A consultora em desenvolvimento de lideranças e equipes da Ateliê RH, Fabiana Bandeira Maia, alerta ainda que funcionários com perfil de comodismo são os mais lembrados na hora da demissão, porque não são estratégicos para a empresa, logo, são fáceis de serem substituídos. “A crise financeira mostrou muito quem eram essas pessoas, afinal, no mercado competitivo, são elas as demitidas, porque têm o desempenho baixo”, afirma.

No entanto, nem sempre é fácil descobrir quando se está caindo nessa armadilha. Foi o que aconteceu com Adriana Rana, 33 anos. A psicóloga trabalhou em uma consultoria durante 14 anos. Lá dentro, cresceu: começou como estagiária e foi contratada. Mas, nos últimos três anos de empresa, viu seus benefícios serem diminuídos; o trabalho, limitado; e percebeu que estava sendo deixada de lado em projetos inovadores. Apesar do sentimento de mesmice e de exclusão, ela não conseguia identificar o motivo do descaso.

“Só depois de três anos me sentindo assim, que resolvi contar para a dona da empresa sobre a minha infelicidade”, frisa. “Eu assumo que eu me acomodei, parte foi minha culpa, eu poderia ter continuado meus estudos, aberto meu leque de conhecimentos”, confessa. A gerente Rose Mary alerta que esse tipo de postura é muito comum. “O funcionário acha que só a empresa deve investir nele e pagar os cursos de qualificação, sendo que hoje é exatamente o contrário”, diz.

Motivação
Saber identificar os sinais do comodismo é um importante passo para não cair nele e, consequentemente, não virar uma peça empoeirada no canto do escritório. Por isso, é aconselhável observar o ambiente de trabalho e sempre pedir retornos do chefe imediato. “O profissional tem que sair da posição de vítima do sistema, da família, do serviço. Ele tem que saber que, se houve esquecimento por parte do gestor, a culpa é dele”, acredita Fabiana. Já Rose Mary prefere não colocar a culpa somente no funcionário. “O bom gestor também tem que instigar seu funcionário, um funcionário parado, infeliz, não traz bons resultados”, pondera.

Adriana sentiu na pele essa falta de estímulo. Mesmo contando que não estava feliz em sua função, a psicóloga não recebeu da gestora qualquer tipo de incentivo para reverter a situação. Afinal, ela era a única funcionária capaz de exercer determinadas tarefas, como aplicação de testes. Portanto, não poderia sair do posto em que estava. “A especialização em uma só atividade é ruim porque empresas mais retrógradas têm o raciocínio de que, se o funcionário está bem ali, por que mudá-lo de função?”, ressalta Rose Mary.

Assim, Adriana se deu conta de que a empresa onde estava era pequena para a sua trajetória profissional. A alternativa foi avisar à chefia que começaria a distribuir o currículo e que ensinaria sua função para outra pessoa. “Quando cheguei ao mercado, percebi que estava sendo mais valorizada do que na empresa”, conta. “Agora, aprendi a lição: tenho muita coisa ainda que quero desenvolver e não posso ficar na mão da empresa, vou me capacitar por conta própria para chegar aonde eu quero."

Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/. Acesso em: 9 de novembro de 2009

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